Sítios Arqueológicos em terras itapiranguenses
Através de estudos arqueológicos, foram catalogados 53 locais, onde a presença dos índios pôde ser confirmada, através de sinais por eles deixados na margem direita do rio Uruguai. Os sítios apresentam quase sempre superfícies escurecidas, cacos de cerâmica e outros artefatos. A tonalidade mais escura da terra é resultante das fogueiras que queimaram no local. A cor mais escura só é perceptível quando a terra é lavrada. Em 30 sítios explorados foram encontradas 160 igaçabas, as panelas de barro dos bugres. Destas 45 guardavam esqueletos humanos , alguns completos e em bom estado de conservação. Os pioneiros garantem não exagerar quando contam que “ao lavrarem a terra, as panelas de bugre estouravam e os bois afundavam nelas com as pernas”. As formas e tamanhos das igaçabas são diversas. Algumas estavam ricamente decoradas.
Acreditavam numa vida após a morte, mas suas divindades e as características de acomodar os mortos não foram estudadas. Nenhum tesouro ou dote foi encontrado nas urnas funerárias, contrário às lendas e histórias contadas por alguns colonizadores. Introduziam os cadáveres nas urnas logo após a morte,pois estavam acondicionados de cócoras. As igaçabas sempre estavam próximas, o que evidencia a presença de cemitérios coletivos. O primeiro material encontrado no município de Itapiranga foi em 1967, pelo Pe. AlfredoRohr que fez uma escavação nas barrancas do Rio Uruguai, área ocupada atualmente pela empresa Seara-Cargill.
A uma profundidade de aproximadamente 7 metros, encontrou carvão vegetal que foi submetido ao teste de carbono radioativo no Museu Nacional de Washington e no Museu do Homem de Paris. O teste comprovou a existência de civilizações pré-históricas há 8640 anos no município.
Desde os primórdios da colonização de Itapiranga sempre despertou a atenção dos agricultores, em especial ao longo dos mananciais de água, a existência de sambaquis, sítios e acampamentos indígenas como também inúmeros objetos de cerâmica, de adorno, pedra lascada e polida, datados de 2.000 anos atrás.
Ao longo da história, a população se deparava com esse patrimônio arqueológico e os objetos acabavam sendo destruídos por não existir um local adequado para serem guardados. Muito se perdeu. Mesmo assim existem diversas peças guardadas no Museu. Peças guaranis encontradas em Itapiranga estão expostas em museus da Europa, Estados Unidos e em capitais brasileiras.
